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10:41:18 - São Paulo, 1 de outubro de 2024

Ciclo de alta de juros

Cenário global desinflacionário não impede ciclo de aperto monetário no Brasil.

 
 

Cenário global segue desinflacionário. Apesar das incertezas em relação a uma variável crítica, a eleição norte-americana, o ambiente externo deverá ser de menor pressão inflacionária. A desaceleração da economia chinesa, combinada com a fragilidade no crescimento europeu e expectativa de menor expansão nos Estados Unidos, mantém a tendência de queda de preços de commodities. Ao mesmo tempo, o início de um ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos favorece fluxos para os mercados emergentes, abrindo espaço para um recuo moderado do dólar no Brasil. O resultado é menor pressão sobre os custos locais.

 
 
 

Gasto público mantém economia acima de sua capacidade. Apesar do menor crescimento internacional, os estímulos fiscais no Brasil favorecem o emprego e reduzem o risco de crédito. Neste ambiente, a projeção de crescimento para 2024 foi revista para 3,1%, com a estimativa de 1,9% sendo mantida para 2025.

 
 
 

Ciclo de aperto monetário poderá levar juros para 12%. Reflexo de um crescimento excessivo e de uma dinâmica desfavorável da dívida pública, as expectativas e a inflação corrente, em especial a abertura de serviços, não mostram convergência em direção ao centro da meta. Em função deste cenário, o BC tem indicado que o ciclo de aperto poderá superar 1 ponto percentual. A estimativa é que haja mais duas altas de 50 bps, encerrando o ano em 11,75%, e uma alta final em janeiro de 2025, colocando a taxa básica em 12%.

 
 
 

Quadro sugere revisões para 2025. Com um novo ciclo de aperto monetário, a economia deve desacelerar e abrir espaço para a convergência da inflação e queda dos juros. O IPCA deve encerrar 2024 em 4,4% e em 3,5% no próximo ano, permitindo recuo da Selic para 10,5%. Com o aumento do diferencial de juros a favor da moeda brasileira, a projeção de câmbio para final deste ano de R$ 5,30 não se alterou. Para 2025, o contexto de queda de preços das commodities, redução dos juros locais e aumento do risco fiscal sugerem um câmbio mais depreciado, alcançando o patamar de R$ 5,40.

 
 
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